sexta-feira, dezembro 23, 2005

Há palavras que nos beijam

Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca
Palavras de amor, de esperança
Que imenso amor de esperança louca

Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto

De repente, coloridas
Entre palavras sem cor
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor

O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
Num mármore, distraído
No papel abandonado

Palavras que nos transportam
Onde a noite é mais forte
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte

Alexandre O'Neill

De tudo um pouco