segunda-feira, janeiro 02, 2006

No masculino...

A luz do Sol surge trespassando a persiana semi-corrida.
No quarto começo a vislumbrar as formas.
Olho para o seu rosto. Dorme tranquila.
O lençol branco deixa transparecer as ondas do seu corpo.
Está nua por baixo daquela nuvem de seda.
A sua pele está brilhante, ligeiramente suada.
Os seus lábios rubros quase que a convidar-me para os sentir.
Levanto-me devagar para não a acordar.
Na casa de banho lavo o rosto e olho-me ao espelho.
As olheiras reflectidas recordam-me a noite intensa que tivemos.
Vou à janela para sentir o Sol que me aquece o tronco nu.
Sinto desejo de a possuir.
Senti-la colada a mim, e a sua língua a percorrer-me todo o corpo como o fez na noite anterior.
Fecho os olhos e recordo a sua imagem em cima de mim, o cabelo molhado em tons dourados, os seus olhos de felina como que a devorarem-me enquanto o seu corpo impunha um ritmo ofegante.
Regresso ao quarto e vejo-a sentada na cama a arranjar o cabelo.
Olha para mim e olha para a cama deixando transparecer por entre os lábios um sorriso que tudo diz.
Na cama dançamos um tango por entre as nuvens brancas, desenhando com as nossas pernas asas de anjos.
É magnífica aquela dança que só sei fazer com aquela mulher.
Com a mulher que amo e desejo todos os dias da minha vida.

Aliciante