O ocaso do acaso
Pela segunda vez, fizeram amor!
Os olhos brilhantes e o espírito ausente, prenunciavam sentimentos idílicos, para quem quisesse reparar… mas ninguém reparava.
Apenas viam que andava mais bem disposto que o costume.
De tudo gracejava, motivava quem lhe dirigia a fala, num arrebatamento tal, que a todos encantava. Ficavam horas a escutar a sua sapiência… debatendo animadamente o mais pequeno assunto. Calavam-se, perante tão grande eloquência. Via-se que estava feliz, como peixe na água renovada do seu aquário.Por fim, despediu-se.
A noite galgava já a madrugada e sabia que alguém o esperava…
A lembrança da noite passada, aflorou-lhe um sorriso nos lábios e teve o condão de animar ainda mais os seus olhos brilhantes.
O enlevo fez reviver a dança etérea onde rodopiaram como seres alados, sem essência corporal.
Apenas os olhos tinham vida própria como faróis da noite numa atracção mútua. Nessa dança elevada ao cosmos, quais seres feitos de luz, acabaram por de novo se fundirem. A fusão doce e constante deu lugar ao clarão do universo… todas as coisas se movimentavam num corrupio de matéria. Nesse instante sublime, formaram o buraco negro do amor. O centro da vida que de novo renascia e tudo sugava. Todos os canais de sentimentos despertos, atraíram sobre si as mais belas sensações, eram o centro do mundo … indescritível o momento.
Não foram ainda inventadas as palavras, de tão profanas, para tal descrição.
Olhos nos olhos, era latente o encantamento sedutor.
Entre eles, como acordo tácito, as palavras eram supérfluas, pelo menos naqueles momentos fugazes, escondidos e esquecidos do mundo.
Tentou aflorar o amor conjuntamente vivido, revivendo-os na sua alma, mas de pronto foi coarctado pela sua voz serena, pedindo-lhe para a poupar dos pormenores desse sonho que viveram.
Pertencia ao passado.
Vamos viver apenas o presente, enquanto o temos… pediu-lhe.
As palavras ecoaram e habitaram a sua mente, durante os minutos que permaneceram juntos… e mesmo no resto da noite!
Não consumaram o amor pela terceira vez…
© Guilherme FariaIn: O ocaso do acaso 2006-01
Bufagato
Os olhos brilhantes e o espírito ausente, prenunciavam sentimentos idílicos, para quem quisesse reparar… mas ninguém reparava.
Apenas viam que andava mais bem disposto que o costume.
De tudo gracejava, motivava quem lhe dirigia a fala, num arrebatamento tal, que a todos encantava. Ficavam horas a escutar a sua sapiência… debatendo animadamente o mais pequeno assunto. Calavam-se, perante tão grande eloquência. Via-se que estava feliz, como peixe na água renovada do seu aquário.Por fim, despediu-se.
A noite galgava já a madrugada e sabia que alguém o esperava…
A lembrança da noite passada, aflorou-lhe um sorriso nos lábios e teve o condão de animar ainda mais os seus olhos brilhantes.
O enlevo fez reviver a dança etérea onde rodopiaram como seres alados, sem essência corporal.
Apenas os olhos tinham vida própria como faróis da noite numa atracção mútua. Nessa dança elevada ao cosmos, quais seres feitos de luz, acabaram por de novo se fundirem. A fusão doce e constante deu lugar ao clarão do universo… todas as coisas se movimentavam num corrupio de matéria. Nesse instante sublime, formaram o buraco negro do amor. O centro da vida que de novo renascia e tudo sugava. Todos os canais de sentimentos despertos, atraíram sobre si as mais belas sensações, eram o centro do mundo … indescritível o momento.
Não foram ainda inventadas as palavras, de tão profanas, para tal descrição.
Olhos nos olhos, era latente o encantamento sedutor.
Entre eles, como acordo tácito, as palavras eram supérfluas, pelo menos naqueles momentos fugazes, escondidos e esquecidos do mundo.
Tentou aflorar o amor conjuntamente vivido, revivendo-os na sua alma, mas de pronto foi coarctado pela sua voz serena, pedindo-lhe para a poupar dos pormenores desse sonho que viveram.
Pertencia ao passado.
Vamos viver apenas o presente, enquanto o temos… pediu-lhe.
As palavras ecoaram e habitaram a sua mente, durante os minutos que permaneceram juntos… e mesmo no resto da noite!
Não consumaram o amor pela terceira vez…
© Guilherme FariaIn: O ocaso do acaso 2006-01
Bufagato
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