quinta-feira, janeiro 05, 2006

Gritar pela vida

Às vezes eu falo com a vida
às vezes é ela quem diz
qual a paz que eu não quero conservar
pra tentar ser feliz

Aquilo que não se avisa chega com calma, silenciosamente e bem pensado. Vai-se abafando o ruído sentimental da instabilidade e recuperando a sanidade da razão. Na realidade, trava-se uma guerra turbulenta e perigosa para atingir a paz, não a paz cómoda da indiferença, mas aquela que é a única que nos pode salvar a tempo (sim, porque o tempo existe antes de olharmos para trás). Começa-se então por distinguir o bem do mal, limpa-se a poeira da peneira e reza-se para que o sol não tarde. À noitinha, fechamos as portas, as janelas e tentamos dormir um soninho descansado imaginando, infrutiferamente, a protecção do berço. E, se por um acaso, essa dor não cessa e a cama onde nos deitamos já não é aquela que por nós tem sido feita... é porque chegou, sem avisar, a hora de de gritar bem alto que estamos aqui, para os outros e para nós, de gritarmos sem medo para não ficarmos loucos.
*Maria Rita, Minha Alma
***Annalisa Ceolin

Atalhos e Atilhos