terça-feira, janeiro 17, 2006

O homem das castanhas

A enorme praça está deserta. A única presença visível é um vendedor de castanhas que, apesar de não se ver mais vivalma, mantém o assador aceso como se pode ver pelo fumo espesso que torneia em seu redor.

A diagonal que traço, ao atravessar a praça, força-me a passar bem perto dele. Dois humanos ainda que estranhos, num mesmo espaço, obriga a um contacto ou a um forte constrangimento. O tipo de constrangimento que me assalta quase diariamente no elevador, sempre que subo ou desço com outrém. Os olhos que se evitam, o tempo que demora.

Apesar de não ter vontade nenhuma dou por mim a pedir uma dúzia de castanhas. Dois euros, diz ele. E acrescenta, faz cá um frio...Fruta da época, respondo.

Meia dúzia de banalidades e uma dúzia de castanhas, num cartucho de páginas amarelas, comidas a contragosto ao exorbitante preço de dois euros – eis o preço da civilidade.

O Farol das Artes

4 Comments:

Blogger Pedro Farinha said...

:-)

terça jan. 17, 07:15:00 da tarde GMT  
Blogger Desambientado said...

Se hoje fosse plagiar, elegia este. Mas olha, que o meu não lhe fica atrás.
Zeak dá lá uma espreitadela e decide.

terça jan. 17, 10:32:00 da tarde GMT  
Blogger Mac Adame said...

Bom "post" este.

terça jan. 17, 10:48:00 da tarde GMT  
Anonymous Anónimo said...

PARA NÃO SERES ENCAVACADO:

DIA 22, USA A MEMÓRIA, A INTELIGÊNCIA E ATÉ UM POUCO DE PUDOR.

O PAI NATAL NÃO EXISTE, MAS, CASO EXISTISSE, VESTIA DE VERMELHO, TINHA BARBAS E SABIA RIR!!!

terça jan. 17, 11:35:00 da tarde GMT  

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